Projetos de Pesquisa

 

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Mirco Solé Kienle

Ciências Biológicas

Ecologia
  • você é o que você come: um estudo sobre a ecologia trófica de girinos (amphibia: anura) em corpos d'água da mata atlântica, caatinga e pantanal utilizando isótopos estáveis e metabarcoding
  • Anfíbios representam o grupo de vertebrados mais ameaçado do mundo. Embora esforços tenham sido feitos para preservar suas populações naturais, a maioria das estratégias de conservação concentra-se apenas nas necessidades das rãs adultas, negligenciando o fato crucial de que a maioria das espécies possui um ciclo de vida bifásico. Para desenvolver um plano efetivo de conservação para os anuros, é imperativo considerar os girinos e suas necessidades ecológicas. Uma lacuna significativa no conhecimento da biologia dos girinos está relacionada à sua ecologia trófica. Embora os métodos tradicionais de análise de conteúdo intestinal tenham proporcionado algumas informações sobre a dieta dos girinos, estudos recentes que incorporam isótopos estáveis revelaram várias inconsistências. Para obter uma compreensão mais precisa da ecologia trófica desses animais e aprimorar os esforços de conservação dos anfíbios, é crucial incorporar isótopos estáveis e metabarcoding intestinal. Esta proposta tem como objetivo investigar, pela primeira vez, a ecologia trófica de girinos em áreas de Mata Atlântica, Pantanal e Caatinga nos estados da Bahia, Maranhão e Mato Grosso do Sul, utilizando isótopos estáveis e metabarcoding intestinal como abordagens complementares. A partir dos resultados dessas análises, será estudada a estrutura das redes de interações, permitindo-nos compreender o papel dos girinos nesses corpos d'água. Uma de nossas hipóteses é que quanto mais heterogêneo for o ambiente do corpo d'água e maior a riqueza de anfíbios, mais complexas serão as redes de interações tróficas. Outra hipótese é que poças perenes sejam mais estruturadas troficamente do que poças temporárias, com as redes apresentando elevados valores de modularidade (indicando partição de nicho trófico) e especialização.
  • Universidade Estadual de Santa Cruz - BA - Brasil
  • 05/12/2023-31/12/2026
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Mirela D'arc Ferreira da Costa

Ciências Biológicas

Genética
  • relação entre diversidade de quirópteros e retrovírus: impacto da conservação da mata atlântica sobre a ecologia de retrovírus em morcegos
  • A relação dos morcegos com os vírus tem ganhado bastante destaque global, principalmente após a recente pandemia de COVID-19. Apesar de diversas doenças associadas a vírus, bactérias, protozoários e fungos serem identificadas em morcegos no Brasil, pouco se sabe sobre o papel desses animais como reservatório viral no contexto brasileiro. Os fatores ecológicos que afetam a diversidade viral nestes hospedeiros também é pouco conhecida. É na interseção entre Virologia e Ecologia que o presente trabalho se insere. Pesquisadores avaliaram o importante papel dos retrovírus ao longo da história evolutiva dos morcegos e destacaram que apenas recentemente foram caracterizados retrovírus exógenos circulando em quirópteros. Estudos prévios sugerem uma relação direta entre diversidade de morcegos e de vírus com o potencial zoonótico. Diante disto, a Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro merece atenção por ser densamente povoada e concentrar grande diversidade de espécies de morcegos, e áreas urbanas, rurais e florestais com potencial interação entre pessoas, quirópteros, animais domésticos e de criação. Ademais, a perda de biodiversidade, um problema global e regional gerado pelos vários impactos ambientais antrópicos, altera a diversidade funcional e o fornecimento de serviços ecossistêmicos. Pesquisadores hipotetizam que a perda de biodiversidade pode aumentar o risco de transbordamento zoonótico (transmissão de um patógeno para um novo hospedeiro suscetível), mas este risco ainda é pouco avaliado no Brasil, e na Mata Atlântica em particular. Por isso, iremos avaliar o impacto de fatores espaciais e ecológicos sobre a diversidade de retrovírus associados a morcegos, através de diagnóstico molecular e análises epidemiológicas variadas. Desta forma, espera-se preencher uma lacuna do conhecimento quanto à diversidade de retrovírus nos morcegos do estado do Rio de Janeiro e avaliar o papel da conectividade e heterogeneidade desta diversidade no contexto de Saúde Única.
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ - Brasil
  • 04/12/2023-31/12/2026