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William Douglas Gomes Peres

Ciências Humanas

Filosofia
  • science days: conectando as ciências e o estado à região do contestado
  • A relação da Rede Federal de Educação Ciência e Tecnologia pelo IFSC e pelo IFC presentes na região, proponentes destas atividades com a história do Contestado é ampla. Seja pela questão territorial, pois Caçador e as cidades nominadas fazem parte da região e teve em seu território, deflagrada a Guerra do Contestado (1912-1916), evento que modificou não só a cidade, mas como toda a região, como pode ser visto anteriormente. Desde sua emancipação, em 1934, Caçador tem uma preocupação constante com a questão da Guerra do Contestado, e que esse conflito, que tem em seu âmago questões ainda latentes, como a questão de terras, a economia baseada na extração da madeira, a questão ferroviária e o esquecimento e silenciamento de uma identidade regional, a do caboclo. Essa preocupação vem sendo exposta e trabalhada junto às escolas, principalmente, municipais e estaduais, que tem em seu currículo, temas ou matérias relacionadas ao Contestado e tem trabalhado junto aos municípios vizinhos com ações de preservação, conservação e divulgação da questão do Contestado, principalmente, através das atividades da Semana do Contestado. Desde 2010, a Prefeitura Municipal de Caçador tem sob sua manutenção, o Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado, instituição criada para preservar, conservar e comunicar/divulgar a história e memórias da região do Contestado. Para isso, a Prefeitura Municipal vem, a cada ano, buscando aperfeiçoar o seu quadro funcional, com a Coordenação do Museu, sendo feita por um historiador com especialização em História, e a gestão museológica, feita por uma museóloga, com especialização em arquitetura e patrimônio arquitetônico e com mestrado em Patrimônio, Cultura e Sociedade, com a dissertação intitulada: “Quem tem mói, mói; quem não tem, mói também: as representações do “outro” no Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado, Caçador/SC”. Estudo esse de extrema relevância no campo das ciências sociais, por abordar as questões de representações sociais, onde há sempre divergências. De um lado, há, involuntariamente, o empoderamento do “vencedor” (THOMÉ, 1999), visto pelos homens, e, de outro, um lado mais histórico e humanitário, visto pelas mulheres, no quadro e nos bonecos. Tanto homens como mulheres, como visto supra, têm sua representação da Guerra do Contestado como algo muito ruim, que fez vítimas em suas famílias e deixou a região alterada socioeconomicamente até hoje. A Teoria das Representações Sociais serviu para a compreensão da identidade grupal dos visitantes, em menor ou maior grau, com a Guerra do Contestado. E, a partir dela viu-se uma ligação forte entre os visitantes e a etnia cabocla, parcamente tratada pela expografia do Museu, como aferiu-se na amostragem dos questionários da dissertação. O trabalho com as representações em museus auxilia na compreensão dos diferentes públicos que por ali passam, e como cada grupo social pensa, como esses pensamentos foram construídos e como essas representações influenciam sua passagem pelos museus. Os grupos sociais, em suas respostas, falaram muito da ausência do caboclo na exposição do Museu do Contestado. O Museu, aprimora, anualmente, o conhecimento de seu acervo e consequentemente, sobre as exposições, proporcionando aos visitantes um espaço de fruição, mas também de aprendizado, principalmente da história da região. Os funcionários do Museu também, como apoio da Prefeitura Municipal estão em constante aprimoramento, com participação em oficinas de capacitação, simpósios, e cursos. Em todo esse trabalho em prol da memória e da história do Contestado, o Museu recebe, anualmente em torno de 7 a 10 mil visitantes, oriundos das mais diversas cidades do país, e de alguns outros países. Além de toda esse aparato museológico e histórico, o Museu conta, também, com atividades educativas, que vão desde as mediações/monitorias de grupos, exposições (curta, média, longa duração e itinerantes) até palestras, oficinas e seminários sobre o tema da instituição, levando assim a sua missão como museu para várias cidades do Contestado. Além disso, as cidades da região vem num crescente movimento, desde 2015, e demais parceiros, trabalham com a Semana do Contestado. Semana esta que é mais um momento e meio de comunicação das instituições com os cidadãos da comunidade onde estão inseridas. Uma forma de disseminar não só atividades acadêmicas, mas também as memórias e histórias de um povo, de sua própria população. E, assim, as instituições, prefeituras e estruturas públicas, através de seus servidores e órgãos componentes, se coloca como meio, também, de desenvolvimento e socialização de conhecimentos e fomento da feira de ciências Science Days, muito importante para a região do Contestado.
  • Instituto Federal de Santa Catarina - SC - Brasil
  • 28/12/2020-31/12/2022